sexta-feira, 19 de outubro de 2007

BABYBOOM!

2007 é definitivamente o ano dos nascimentos! Só no meu círculo de amizades conto com 4 grávidas e 5 bebés (um casal de gémeos a caminho!), no meu prédio com dois nascimentos e no local de trabalho com mais uma grávida!

Será que as medidas anunciadas pelo nosso primeiro-ministro estão realmente a dar resultado? Minha nossa, os aumentos anunciados para o abono de família e o novo subsídio pré-natal são de facto tão bons que o pessoal pensou "bora lá contribuir para a subida da taxa de natalidade!"

Sim, porque os novos valores apresentados para o abono de familia e para o subsídio pré-natal fazem toda a diferença, senão vejamos: o enxoval para o bebé e todos os apetrechos necessários tais como carrinho, berço, cadeira para o carro, etc. são baratinhos, o valor mensal de subsídio pré-natal chega perfeitamente para cobrir estas despesas e ainda sobra para comprar roupa de pré-mamã (também bastante acessível...)! Para além disso, as fraldas (que podemos descontar no IRS...), os leites, as vacinas não incluidas no Plano Nacional de Vacinação (mas já comprovadamente necessárias), etc., são também produtos que não pesam nada na carteira dos pais, são praticamente gratuitos!

Pensando melhor, nem seria necessário haver a atribuição destes subsídios, ter e manter um filho não custa muito aos pais. E não nos podemos esquecer dessa excelente rede de infantários públicos, que existem em grande número e todos com excelentes condições, em termos de infra-estruturas e de recursos humanos!


A descrição acima retrata a realidade no país que gostaria actualmente de estar a vivenciar. Obviamente que não é isto que se passa actualmente. A grande maioria das pessoas que desejam um filho e que arriscam! - é mesmo esta a palavra, arriscam e embarcam nesta bela aventura, fazem-no à custa de grandes sacrifícios pessoais e financeiros. As ajudas existentes são, na minha opinião, anedóticas, face ao actual custo de vida e tendo em conta a forma como o nosso Sistema Nacinal de Saúde e a rede de infra-estruturas sociais existente funcionam.

Não podemos nem devemos esperar um Estado paternalista e demasiado intervencionista, temos de ser proactivos e traçar o nosso próprio caminho, mas por favor não sejam insultuosamente condescendentes, ao dizerem que os novos incentivos e ajudas não são as ideais, mas que é melhor que nada!

Portugal tem afinal grandes economistas! Senão, como se explica a quantidade de famílias com baixos e médios rendimentos que conseguem ginasticar o seu orçamento familiar de modo a poderem suportar gastos com alimentação, vestuário, prestação da casa, escola, infantário (quase sempre privado, não existem infantários públicos e de qualidade em número suficiente...), enfim, para poderem viver segundo as condições mínimas e com dignidade?

Estas e outras considerações deixo no Vosso pensamento, pensar sobre as coisas é dar-lhes vida e possíbilidade de providenciarem mudanças! Estamos todos no mesmo barco, basta remarmos todo para o mesmo lado...